segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Observando o caminho


Sempre que posso, dou uma olhada em alguns blogs que venho seguindo. Num destes encontrei um texto sobre os desejos atendidos e da monotonia que este fato causa. O tema principal era sobre o quanto as pessoas se inquietam quando alcançam o que desejam desde o "amor da sua vida", filhos, constituição de uma familia até sua realização profissional.

Assim como a autora do texto, também conheço diversas pessoas que estão vivendo ou vivenciaram esta insatisfação.

Observo que alguns souberam, a meu ver, passar por esse período de instabilidade sem maiores danos e outros, ao contrário, tomaram decisões considerando o que estavam sentindo naquele momento e deram sérias guinadas em suas vidas e até de seus filhos e demais envolvidos.

Lembro-me que certa vez, há muitos anos atrás, um senhor já de certa idade e hoje até acrescento sem receio de errar, sábio também, me aconselhou o seguinte: "Sandra, jamais em momento algum na sua vida tome uma decisão num período de grande confusão."

Atualmente, com o que já aprendi posso afirmar que ele tinha toda a razão.

Fazendo uma analogia, seria o mesmo que um barqueiro tomar a decisão de qual direção seguir no meio de uma grande tempestade onde não conseguisse enxergar um palmo adiante do seu nariz.

Muitos podem argumentar que tomaram decisões nestas condições porque conseguiram enxergar a situação toda e tudo o que estava envolvido, mas o que dificulta a visão é o turbilhão de sentimentos. Estes precisam entrar em equilibrio para que então se consiga ver o todo.

De qualquer modo, ainda que a decisão precise ser tomada, que seja com a absoluta certeza de que foi a decisão mais acertada para que posteriormente não mvenha a sentir que "eu era feliz e não sabia".

Não sou psicóloga e de modo algum quero aqui fazer este papel. Sei muito pouco sobre a psiquê e o que sei aprendi observando.

O que desejo aqui considerar, dentro dos meus parcos conhecimentos é que, a insatisfação é algo natural no ser. Se não temos, queremos ter, se temos, logo queremos mais, mas se soubermos que esta característica é algo natural e se aprendermos a conviver com isso podemos perceber que alcançamos um maior equilibrio, dando o devido valor ao que já temos.

Isto não quer dizer que devamos nos acomodar. Entendo que quando estamos felizes temos mais condições de conseguir alcançar tantos outros desejos, do que se estivessemos insatisfeitos. O incômodo pode existir, apesar da já satisfação com o que se tem.

Percebo que o que comumente acontece é que ao se ver diante de uma insatisfação a decisão é de excluir o que o insatisfaz e buscar algo novo que o satisfaça, isso seja em que âmbito for, desde a vida pessoal até a vida profissional. Essa mesma insatisfação leva muitas pessoas a manter hábitos prejudiciais que com o tempo se tornam vícios. Tudo em busca da satisfação.

Saciar os nossos desejos é o que nos impulsiona na caminhada, porém o equilibrio se faz necessário a todo o momento. Sem isso, a caminhada transforma-se em corrida frenética e se o mais importante é observar o caminho ao caminhar , na corrida é o que se perde primeiro.








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