domingo, 22 de novembro de 2009

Pedindo carona


Provavelmente você já se deparou com algumas pessoas contratadas para desenvolver o trabalho de panfletagem nas esquinas ou em calçadas de maior movimento.

Para quem acompanha meu blog já percebeu que sou observadora demais!

Todos os sábados trafego por um avenida de grande movimento na cidade onde moro e em 80% das esquinas com semáforos há a presença de pelo menos três panfleteiros. Já gerenciei o setor de uma empresa que além de outros serviços, também contratava estes profissionais e conheço o perfil. Em grande parte são pessoas desempregadas e quase sempre já há alguns meses e aceitam esta tarefa porque estão precisando mesmo dessa renda, até porque, abordar, panfletar e ainda manter um sorriso nos lábios debaixo de sol a pino num calor de 38 graus não é nada fácil.

O que me angustia é que a maioria destes profissionais perde a oportunidade de se mostrar, de chamar a atenção pra si apesar de uma tarefa tão simples. Quantas pessoas passam por elas, às vezes mal humoradas com o trânsito , ou mesmo com a vida e estes panfleteiros podem ser o instrumento que os fará sorrir, que os levará a refletir que a vida é bonita, apesar das dificuldades.

Citando novamente em percentuais, em torno de 80 a 90% ( é isso mesmo) dos panfleteiros ficam parados debaixo de alguma árvore próxima ou na sombra de uma placa. Por vezes abordam apenas os 3 carros parados na primeira fileira da pista e retornam para o meio fio. Ou seja, apesar da oportunidade de emprego, executam sua função com desânimo, e possívelmente sem o esclarecimento e orientação do motivo de estarem ali e de como devem agir para melhor passar uma imagem da empresa que os contratou e de sua própria imagem.
Raramente recebi um bom dia ou um muito obrigado ao receber o material que me foi entregue.
Atualmente estou trabalhando numa grande empresa nacional e ocupo uma função onde uma das minhas atribuições é a seleção e contratação de pessoas dispostas, animadas, inteligentes e que aceitam de bom grado grandes desafios, por isso mantenho o hábito de observar como as pessoas atuam nestas tarefas, pois se percebo alguém com um perfil difrenciado, com uma abordagem simpática e criativa, entrego o meu cartão e peço que me envie o CV. O mesmo acontece em supermercados, ao observar demonstradoras que deveriam estar abordando e impulsionando a venda de produtos, porém se envolvem em conversas com outros colaboradores da loja ou mesmo com outras demonstradoras e o pior, demonstradoras de produtos concorrentes e perdem totalmente a noção do motivo pelo qual foram contratadas.

Quando estou no papel de entrevistadora, alguns candidato(a)s reclamam que o mercado não oferece muitas oportunidades. Para muitos esta justificativa pode ser verdadeira, quem sou eu para questionar, mas para outros, acredito que seja uma bengala. As pessoas têm oportunidades sim, mas nem todos as aproveitam.

Por ter passado por diversas dificuldades na trajetória da minha vida, mesmo por vezes não muito satisfeita, executei tarefas difíceis porque entendia e entendo que tudo o que precisarmos fazer será sempre um pedaço do caminho que precisa ser trilhado para chegar ao destino e por vezes a estrada é de boa qualidade mas em outros momentos é extremamente difícil de se manter nela.

Então, as oportunidades surgem e se estou disposta a sair daquele trecho mais difícil, procuro agir semelhante a alguém que está numa estrada soturna, com o carro no prego e sem saída: aceno, levanto os braços, grito, chamo a atenção sobre mim. Se fico parada, ninguém me vê e vou continuar no prego indefinidamente ou talvez até morrer de inanição.
Por isso, quando me deparo com estes profissionais contratados para tarefas temporárias e percebo tal desânimo e falta de foco, sinto vontade de dizer: Ei, aproveite essa vitrine! Apareça! Mexa-se! O que vai ser do seu futuro, só depende de você! Escolha ficar na estrada ou então peça carona!


quinta-feira, 19 de novembro de 2009


"A melhor maneira de nos prepararmos para o futuro, é concentrar toda a nossa imaginação e entusiasmo na execução perfeita do trabalho de hoje. "
Dale Carnegie



domingo, 15 de novembro de 2009

Picos e Vales, de Spencer Johnson, M.D.




Estou lendo 2 livros sobre os quais venho aqui postar, tão logo os termine de ler, porém enquanto isso, deixo aqui um comentário sobre o livro Picos e Vales, de Spencer Johnson, M.D. , o mesmo autor de Quem mexeu no meu queijo?.

É um livro de conteúdo muito bom e verdadeiro, repassado num formato leve e de simples compreensão a todos que o leiam.

O livro narra as angústias de um jovem diante das adversidades de vida e da maneira como as encara até que um dia resolve conhecer um pico, já que mora num vale e quer saber se lá no alto as coisas acontecem da mesma forma que no vale.

E assim se desenrola o livro, entre os altos e baixos do jovem mais a sua caminhada de aprendizado.

Recomendo. Afinal, todos nós temos momentos de vales e de picos e é sempre bom aprendermos mais um pouco sobre como lidar equilibradamente com essas oscilações.


Boa leitura!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Observando o caminho


Sempre que posso, dou uma olhada em alguns blogs que venho seguindo. Num destes encontrei um texto sobre os desejos atendidos e da monotonia que este fato causa. O tema principal era sobre o quanto as pessoas se inquietam quando alcançam o que desejam desde o "amor da sua vida", filhos, constituição de uma familia até sua realização profissional.

Assim como a autora do texto, também conheço diversas pessoas que estão vivendo ou vivenciaram esta insatisfação.

Observo que alguns souberam, a meu ver, passar por esse período de instabilidade sem maiores danos e outros, ao contrário, tomaram decisões considerando o que estavam sentindo naquele momento e deram sérias guinadas em suas vidas e até de seus filhos e demais envolvidos.

Lembro-me que certa vez, há muitos anos atrás, um senhor já de certa idade e hoje até acrescento sem receio de errar, sábio também, me aconselhou o seguinte: "Sandra, jamais em momento algum na sua vida tome uma decisão num período de grande confusão."

Atualmente, com o que já aprendi posso afirmar que ele tinha toda a razão.

Fazendo uma analogia, seria o mesmo que um barqueiro tomar a decisão de qual direção seguir no meio de uma grande tempestade onde não conseguisse enxergar um palmo adiante do seu nariz.

Muitos podem argumentar que tomaram decisões nestas condições porque conseguiram enxergar a situação toda e tudo o que estava envolvido, mas o que dificulta a visão é o turbilhão de sentimentos. Estes precisam entrar em equilibrio para que então se consiga ver o todo.

De qualquer modo, ainda que a decisão precise ser tomada, que seja com a absoluta certeza de que foi a decisão mais acertada para que posteriormente não mvenha a sentir que "eu era feliz e não sabia".

Não sou psicóloga e de modo algum quero aqui fazer este papel. Sei muito pouco sobre a psiquê e o que sei aprendi observando.

O que desejo aqui considerar, dentro dos meus parcos conhecimentos é que, a insatisfação é algo natural no ser. Se não temos, queremos ter, se temos, logo queremos mais, mas se soubermos que esta característica é algo natural e se aprendermos a conviver com isso podemos perceber que alcançamos um maior equilibrio, dando o devido valor ao que já temos.

Isto não quer dizer que devamos nos acomodar. Entendo que quando estamos felizes temos mais condições de conseguir alcançar tantos outros desejos, do que se estivessemos insatisfeitos. O incômodo pode existir, apesar da já satisfação com o que se tem.

Percebo que o que comumente acontece é que ao se ver diante de uma insatisfação a decisão é de excluir o que o insatisfaz e buscar algo novo que o satisfaça, isso seja em que âmbito for, desde a vida pessoal até a vida profissional. Essa mesma insatisfação leva muitas pessoas a manter hábitos prejudiciais que com o tempo se tornam vícios. Tudo em busca da satisfação.

Saciar os nossos desejos é o que nos impulsiona na caminhada, porém o equilibrio se faz necessário a todo o momento. Sem isso, a caminhada transforma-se em corrida frenética e se o mais importante é observar o caminho ao caminhar , na corrida é o que se perde primeiro.